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A cidade de plástico.

E a TV Subaé descobriu a "cidade de plástico", comunidade de extrema-pobreza ao lado do conjunto Viveiros, um bairro carente, mas que perto da cidade de plástico é um condomínio de luxo. Falta agora só descobrirem os 3 Riachos, a outra comunidade igualmente muito  pobre, do outro lado da BR-116.
Vejo uns se dizendo socialistas com o peito cheio de orgulho, enquanto outros se dizem capitalistas igualmente orgulhosos. Socialistas sem interesse social e capitalistas sem capital. Não passam disto.
Ninguém quer ser socialista de verdade. Só os loucos mais aguerridos querem ir morar em Cuba, na Coreia do Norte ou passar uma temporada de trabalho de 14 horas e salários irrisórios na China. Mas a quem  serve este capitalismo onde poucos ganham e muitos perdem?
Vivemos em casa trancados com nossos bens  e com medo de tudo e de todos. 
Assistimos novelas globais onde brancos ricos e  bem sucedidos fazem guerra  de comidas sofisticadas enquanto a audiência parda e negra têm pão duro e café puro para comer com farinha. Isto quando têm. E eles riem, como se não conseguissem entender o tamanho do insulto.
Socialismo é utopia, claro. Um ser humano não é igual aos outros sete bilhões, imagina uma sociedade onde todos sejam absolutamente iguais? Então, o único caminho é humanizar o capitalismo.
Com todas as suas desgraças, a pandemia tem mostrado um lado bom.  Bom não, positivo.
No mesmo jornal local onde a Globo finalmente descobriu a  cidade de plástico, a emissora noticia a iniciativa de uma rede de padarias que deixa sacos de pão em cestas nas ruas para quem sente fome.
É  um pequeno passo mas as grandes mudanças começam assim mesmo.  O capitalismo está descobrindo que o seu grande capital é mesmo  o ser humano e que, no mundo novo pós pandemia terá que se reinventar. Que seja o início de uma revolução, não política mas humanista.

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