Arrigo Barnabé e, aliás, toda a vanguarda paulistana, é muito influenciado por Frank Zappa. Na verdade, é mais fácil dizer qual músico não é influenciado por ele do que dizer quem não é. E os frutos de Zappa estão todos aí. O Sgt Peppers (que ele influenciou), os Monkees (que ele ajudou a produzir), o jazz rock, o punk rock (filosoficamente falando), o loop, os sintetizadores, os álbuns duplos e triplos, as técnicas de gravação, a inspiração para o clássico Smoke On The Water, o psicodelismo, as inovações na guitarra, o rock progressivo, o disco independente e se eu não parar de escrever, a lista não irá terminar nunca. Agora, se lembrarmos que se tratava de um inimigo declarado da indústria musical, é fácil de entender porque ele não é tão popular quanto poderia e são os músicos os seus maiores fãs e reprodutores de suas invencionices. Steve Vai recentemente classificou o álbum Freak Out , lançado em 1966, como o maior disco de todos os tempos para ele. Lembrando também na participação efetiva e decisiva de Zappa contra a censura na música nos anos 90.
Zappa é meio o Jesus Cristo da música pop. Os fariseus adorariam tê-lo para ser mais um sacerdote do pop, mais um músico produtor, mas ele preferiu ir banquetear com os mendigos. Zappa também é mais que a música, é dizer um sonoro não ao sistema. É dizer: "Vou te usar, sistema, e você vai me servir sem perceber". Ave Zappa.
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