No dia internacional da mulher, elas jamais deveriam ser parabenizadas. A melhor e mais sincera homenagem que se poderia fazer a uma mulher, naquele que dizem ser o seu dia, é tratá-la sem nenhuma distinção especial, como faríamos com qualquer pessoa do sexo masculino. A partir de amanhã, sim, as encheríamos de beijos e lhes daríamos flores e bombons, mas por hoje não. Hoje elas seriam tratadas como o ser humano que efetivamente são.
A instituição de dias comemorativos para este ou aquele grupo social foi a melhor forma que o sistema encontrou para anulá-los. Finge-se, ao menos por 24 horas, que os aceitamos como "um de nós", sem preconceitos nem discriminação, para, nos outros 364 dias, obtermos uma espécie de licença para continuarmos com a mesma acepção e indiferença com que os tratamos ao longo da história.
Com a mulher não é diferente. A mulher está aí, na vida e no mercado de trabalho, lutando pelos mesmos direitos que os homens, conquistando pequenas batalhas que configuraram grandes vitórias ao longo do tempo. Como o direito ao voto e a serem votadas. Mas as mulheres deveriam pôr as barbas de molho, se as tivessem, com tanta gente interessada em homenageá-las, hoje e em outros dias do ano.
Quanto ao dia internacional da mulher, é como o aniversário de qualquer pessoa. Os verdadeiros amigos lhe afagarão como o fazem todos os outros dias e, no máximo, terão um pouco mais de ênfase que o normal. Já os mais distantes darão um aperto de mão burocrático e seguirão te ignorando pelo resto do ano. Que as mulheres aprendam, em sua caminhada, a distinguir quem é quem.
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