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Mostrando postagens de julho, 2020

A heterofobia de Freddie Mercury

Em primeiro lugar, deixo claro, heterofobia não existe. Não há indícios de preconceito que justifique o uso corrente do termo, além de um heterossexual não ser bem aceito em uma roda de conversa formado por homossexuais. Dito isto, vamos lembrar que, a rigor, fobia é medo e aqui vamos falar exatamente do medo de ser heterossexual de Freddie Mercury. Portanto, se você chegou até aqui esperando que eu discernisse sobre algum tipo de preconceito do cantor contra heterossexuais, pode dar meia volta. Do que falo aqui é de como o vocalista do Queen, ao longo dos anos, lidou mal com a sua bissexualidade e de como tentam hoje em dia  reconstruir a sua história para transformar  Mercury em ícone gay e representante do movimento LGBT+. Deixando claro, também, que eu não vejo absolutamente nada demais em haver representantes do universo LGBT§ na sociedade. Porém, escolher um artista que nunca soube lidar com sua própria orientação sexual não me parece exatamente o mais apropriado para quem

A insônia de Lennon.

Em 1971, Paul McCartney lançou seu segundo álbum solo, o primeiro efetivamente após a separação dos Beatles, já que sua estreia, o disco McCartney I , foi lançado oportunamente uma semana após a banda anunciar o final das atividades. John Lennon, por sua vez,  havia lançado um grande disco no ano anterior, muito bem aceito pela crítica, porém com vendagens um pouco abaixo do esperado. Uma das razões talvez tenha sido o fato de Yoko Ono ter lançado um disco ao mesmo tempo e com a mesma capa, tendo inclusive dividido o single da canção Mother com o agora ex-beatle, ficando com o lado B. É neste cenário que McCartney lança Ram , um LP que trazia uma canção chamada "3 legs" (três pernas) aparentemente sobre como os Beatles se pareceriam sem ele, "Too Many People" (muita gente), com visíveis cutucadas em Lennon e Yoko e até uma prosaica canção chamada "Long Haired Lady" (mulher de cabelos longos) que apesar da letra a princípio inocente e dedicada à Linda,

A cidade de plástico.

E a TV Subaé descobriu a "cidade de plástico", comunidade de extrema-pobreza ao lado do conjunto Viveiros, um bairro carente, mas que perto da cidade de plástico é um condomínio de luxo. Falta agora só descobrirem os 3 Riachos, a outra comunidade igualmente muito  pobre, do outro lado da BR-116. Vejo uns se dizendo socialistas com o peito cheio de orgulho, enquanto outros se dizem capitalistas igualmente orgulhosos. Socialistas sem interesse social e capitalistas sem capital. Não passam disto. Ninguém quer ser socialista de verdade. Só os loucos mais aguerridos querem ir morar em Cuba, na Coreia do Norte ou passar uma temporada de trabalho de 14 horas e salários irrisórios na China. Mas a quem  serve este capitalismo onde poucos ganham e muitos perdem? Vivemos em casa trancados com nossos bens  e com medo de tudo e de todos.  Assistimos novelas globais onde brancos ricos e  bem sucedidos fazem guerra  de comidas sofisticadas enquanto a audiência parda e negra têm pão

Terra de Anões

Eu hoje estava ouvindo no meu smartphone, enquanto caminhava, aquela música dos Engenheiros do Hawaii chamada "Terra de Gigantes" em que um dos versos afirma que "a juventude era uma banda em uma propaganda de refrigerantes". Criticava-se a alienação dos jovens. E a maioria de nós éramos os jovens, por sinal. Mas o que tínhamos? Tínhamos internet? Tínhamos Google? Tínhamos acesso quase que instantâneo a toda a história da humanidade, a que passara e a que estávamos vivendo? Que culpa tínhamos de sermos alienados se não tínhamos a informação? Pois é, não tínhamos nada. E, ainda assim, éramos a banda na propaganda de refrigerantes. Como também disse o mesmo compositor, éramos o que poderíamos ser. Pelo menos, errados ou certos, éramos a banda. E hoje, com toda a informação em suas mãos, o que os jovens se tornaram? Se tornaram um bando em uma propaganda de refrigerantes. Gente que se deixa iludir por truques "nível fanta" em vez de tentar consumir