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Mostrando postagens de 2020

OS DREADLOCKS DO ANCIÃO.

Eu tenho um amigo muito querido a quem costumo saudar sempre que o encontro. Ele é completamente diferente de mim mas nossa sinergia é de muito tempo atrás, quando ele se encantou com uma música que eu havia tocado em uma mesa de bar. Nos tornamos amigos até hoje. Ele é negro, eu sou branco. Ele é bem mais velho que eu. Ele é magro, no estilo natureba. Eu sou gordinho tipo químico industrializado. E, sim, ele cultiva longos dreadlocks, hoje grisalhos, enquanto eu raspo, dia sim, dia não, a  minha lustrosa careca. Eu costumo passar despercebido pela rua, ele não. E não é porque ele é negro, não é porque ele é muito magro. A estranheza que ele causa nas pessoas é por conta do estilo de cabelo que escolheu para usar,  aliado à sua idade avançada. Ele é diferente, ele sabe que é diferente e certamente sente um prazer quase que orgástico ao afrontar a sociedade com a sua aparência incomum. Ele não quer ser aceito, ele não quer ser igual a ninguém. O que ele quer, de fato, é incomodar quem o

DESABAFE E DEIXE DESABAFAR.

 Quando alguém desabafar perto de você, apenas ouça. Não faça juízo de valor, não a interrompa, não minimize a sua queixa e, principalmente, não tente mudar de assunto ou se mostrar incomodado. Principalmente se aquela pessoa for próxima de você. Não dê conselhos a não ser que a pessoa que desabafa os peça. Se solidarize com ela, mesmo que seja com seu silêncio. Fique calado se não quiser dar uma opinião concordante ou ainda se discordar dela. Desabafar é bom, é saudável, limpa a alma de nossos rancores e mágoas. E se percebemos que alguém, ao menos, nos ouve, o efeito ainda é melhor. Portanto, quando alguém desabafar perto de você, seja solidário e demonstre empatia. Se a pessoa estiver errada deixe para repreendê-la algum tempo após o desabafo. Lembre que você é humano e, algumas vezes, também desabafa ou precisa desabafar. Aja como você gostaria que agissem com você.

RESPOSTA A UM AMIGO SOBRE FRANK ZAPPA.

Arrigo Barnabé e, aliás, toda a vanguarda paulistana, é muito influenciado por Frank Zappa. Na verdade, é mais fácil dizer qual músico não é influenciado por ele do que dizer quem não é. E os frutos de Zappa estão todos aí. O Sgt Peppers (que ele influenciou), os Monkees (que ele ajudou a produzir), o jazz rock, o punk rock (filosoficamente falando), o loop, os sintetizadores, os álbuns duplos e triplos, as técnicas de gravação, a inspiração para o clássico Smoke On The Water, o psicodelismo, as inovações na guitarra, o rock progressivo, o disco independente e se eu não parar de escrever, a lista não irá terminar nunca.  Agora, se lembrarmos que se tratava de um inimigo declarado da indústria musical, é fácil de entender porque ele não é tão popular quanto poderia e são os músicos os seus maiores fãs e reprodutores de suas invencionices. Steve Vai recentemente classificou o álbum Freak Out , lançado em 1966, como o maior disco de todos os tempos para ele.  Lembrando também na particip

CARTA AOS MILLENNIALS (SEM OFENSAS)

Queria evitar usar aqui a palavra millennial no seu sentido pejorativo mas é quase impossível. Millennial deveria ser apenas o adjetivo pelo qual chamamos aqueles nascidos entre o fim da década de 80 até a atualidade, mas passou a significar também aqueles que detêm - ou simplesmente toleram - um tenebroso comportamento. E mais, não se resume apenas aos nascidos de uns tempos para cá. A "millennialidade" tomou conta do planeta, agregou jovens senhores e senhores idosos, e com ela foi embora o bom senso, o diálogo, a convivência de ideias e ideais diferentes e sobrou apenas o  confronto, a intolerância, o radicalismo. O que Luther King chamou magnificamente de "o silêncio dos bons". E são a estes "bons" que eu me dirijo agora, porque os radicais, sinceramente,  já estão perdidos. Em junho deste ano eu ganhei um neto aos 53 anos de idade. Amigos fizeram muitas brincadeiras como se eu tivesse alguma dificuldade em assumir o papel de avô e eu até mesmo fiz a

A FANDEMIA.

Talvez você não saiba - e esta informação certamente não mudará nada em sua vida -  mas 90% da humanidade peida em Lá. Sim, na nota Lá. Menos de 10% dos humanos peidam em Si e uma parcela ínfima dos povos do planeta Terra têm a manha de peidar em Lá e Si. Mas só exemplares raríssimos dos homossapiens conseguem reproduzir ambas as notas em um único flato. Não me pergunte como e porque os cientistas chegaram a esta conclusão mas isto me lembra muito aquela frase que diz que "fã que é fã curte até o peido do seu artista preferido".  E, certamente, há muito de verdade neste enunciado. Os primeiros fãs que ganhamos, ainda na primeiríssima infância, são nossos avós. Acham tudo que fazemos absolutamente maravilhoso e sim, somos seres especiais pois arrotamos, golfamos, balbuciamos e engatinhamos de maneira totalmente diferente de nossos iguais, os bebês de nossa idade. Quando crescemos mais um pouco são os pais, ou melhor, um deles, que assume o lugar de nosso admirador incondiciona

AQUELAS PESSOAS PESADAS.

U m dos primeiros discos que comprei na vida foi o The Kick Inside , o sensacional álbum de estreia da cantora Kate Bush, produzido pelo então guitarrista do Pink Floyd,  David Gilmour.  E, curiosamente, não foi por causa do mega hit Wuthering Heights , canção que, aliás,  segue sendo, ao longo de todos estes anos, uma das que menos me agrada do repertório da artista. O disco The Kick Inside já foi até objeto de resenha neste mesmo blog,  portanto não é dele que eu quero falar e sim de uma canção específica contida nele chamada Them Heavy People . Na verdade, nem é mesmo dela e sim da mensagem que ela contém. Them Heavy People significa, literalmente, "aquelas pessoas pesadas". Pesadas no sentido da convivência difícil, intranquila e pouco prazerosa. Pesadas no sentido da extrema negatividade que estas pessoas, às vezes, expressam. E a belíssima canção,  um reggae estilizado, uma absoluta novidade em 1977, quando foi composta durante uma visita de Bush á casa dos pais,  tra

O DIABO SÃO AS COINCIDÊNCIAS.

T eorias da conspiração são todas fantasiosas e estúpidas.  Tanto são mesmo que nenhuma delas jamais foi total ou parcialmente provada e/ou comprovada. Michael Jackson continua bem morto depois de mais de dez anos da sua questionada morte e nenhum reptiliano descascou em público para que fosse percebida sua brilhante pele verde e escamosa. Mas o diabo, sim, o diabo são as coincidências.  E lvis morreu em agosto de 77 e eu tenho certeza disto mas a RCA tinha mesmo que ter milhões de discos do artista em estoque, prontos para serem vendidos, mesmo que este não vivesse mais os seus momentos de glória de décadas passadas? O homem pisou, sim, na lua, em 1969, mas a NASA tinha que perder logo os tapes originais da operação , deixando só a parte editada, tapes que calariam a boca dos críticos? Barack Obama não nasceu nos EUA, dizem os conspiracionistas, o que é um absurdo, mas a certidão original de nascimento dele precisava mesmo ter sido perdida em um acidente natural? E Lennon ter sido ass

O POP MORREU. VIVA O POP.

A té meados dos anos 40 do século passado, a música pop tinha uma espécie de papel secundário na vida das pessoas. A música de então servia apenas para o lazer, não tendo um papel social evidente e era, até certo ponto, segregacionista e desagregadora. Quem ouvia blues era um tipo exato de consumidor de música, quem ouvia country era outro e um gênero não se comunicava com outro e até se antagonizavam.  Enfim, a música pop servia apenas para ser a trilha sonora da vida normal das pessoas em determinados  guetos ou nichos. .  N os anos 50, com a chegada do rock and roll, a música se tornou uma expressão  da rebeldia contra a repressão, inicialmente a repressão  da libido. Nos  anos 60 foi a vez dos loucos sonhos de libertação do corpo e da alma através das drogas, dos questionamentos políticos sobre justiça social e da declaração de guerra à guerra . Os 70 foram os anos da celebração, dos excessos permitidos e do hedonismo exacerbado. Das drogas em exagero e das overdoses cotidianas.  

AS SETE VIDAS DOS BEATLES.

 Logo de cara eu deixo claro que eu não sou e nunca fui um beatlemaníaco no sentido literal do termo. Até porque eu nunca fui maníaco por artista algum. Muito menos eu sou um "beatleminion", aquele tipo de fã que não permite crítica alguma aos seus ídolos mais que perfeitos e rebate tudo de negativo que se diz contra eles de forma muitas vezes até mesmo agressiva. Se você é um deles, é um beatleminion de raça pura ou apenas um gato de rua, eu aconselho até que pare de ler o texto por aqui. Você vai se aborrecer. Já se for um beatlemaníaco, pode e deve continuar. Você vai conseguir superar o trauma e talvez até possa vir a concordar comigo. Também devo dizer que não sou nem de longe um daqueles malucos que afirmam que os Beatles estão definitivamente ultrapassados, são ou foram irrelevantes e coisas do tipo. Quem não gosta de Beatles bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente dos ouvidos mesmo. Portanto, disto isto, vamos ao que realmente importa. Os Beatles, tais quais bon

A era do assassinato de reputações.

Um dia surgiu um líder político como nunca havia existido antes. Era vegetariano, não fumava e  nem bebia.  Nas  reuniões ministeriais não permitia que ninguém fumasse, isto em um tempo em que o hábito de fumar era quase obrigatório. Sentia um profundo amor pelos animais, tratava sua cadela de estimação como se fosse uma filha. Era sensível, amava a música erudita (se deliciava com as sinfonias de Wagner) e também as artes plásticas. Era ele mesmo um pintor, ainda que medíocre. Lia um livro por noite apesar das suas enormes tarefas. Era culto. Sua biblioteca tinha mais de 16 mil livros e seu escritor preferido era Shakespeare. Gostava de cinema. Era fã de Charles Chaplin. Tão fã que passou a usar o bigode do personagem Carlitos. Era também fiel à sua companheira com quem fez questão de casar antes de morrer.  Dizia se sentir à vontade entre pessoas humildes pois fora ele mesmo um morador de rua. Quando sofreu um atentado  escapou ileso mas visitou um ferido a quem não permitiu que o sa

Jesus é a ideia.

Três décadas e meia depois de sair da casa dos meus pais estou sendo abençoado com voltar a conviver sobre o mesmo teto com a minha mãe, agora uma senhora octagenária. Infelizmente o que levou a esta nova convivência foi a pandemia de Covid-19 que assolou o mundo e, particularmente, o Brasil. Apesar da idade relativamente avançada, minha mãe é completamente independente e sempre morou só. Sozinha adquiriu o hábito de ligar o rádio domingo pela manhã, bem cedinho, para assistir à missa. Enquanto eu fazia o café ouvia atento à pregação do padre que falava sobre Jesus ser o único caminho para a salvação e que todos os outros deuses seriam deuses mortos. E seriam deuses mortos porque seriam falsos, não existiriam. Indo além do Evangelho como todo líder religioso sempre faz, o padre fez uma dura crítica a quem, como eu, prefere acreditar em uma força maior, superior a nós, a mim e a ele inclusive. Segundo o sacerdote, pessoas como eu, que preferem não personificar o divino, simplesmente, nã

A heterofobia de Freddie Mercury

Em primeiro lugar, deixo claro, heterofobia não existe. Não há indícios de preconceito que justifique o uso corrente do termo, além de um heterossexual não ser bem aceito em uma roda de conversa formado por homossexuais. Dito isto, vamos lembrar que, a rigor, fobia é medo e aqui vamos falar exatamente do medo de ser heterossexual de Freddie Mercury. Portanto, se você chegou até aqui esperando que eu discernisse sobre algum tipo de preconceito do cantor contra heterossexuais, pode dar meia volta. Do que falo aqui é de como o vocalista do Queen, ao longo dos anos, lidou mal com a sua bissexualidade e de como tentam hoje em dia  reconstruir a sua história para transformar  Mercury em ícone gay e representante do movimento LGBT+. Deixando claro, também, que eu não vejo absolutamente nada demais em haver representantes do universo LGBT§ na sociedade. Porém, escolher um artista que nunca soube lidar com sua própria orientação sexual não me parece exatamente o mais apropriado para quem

A insônia de Lennon.

Em 1971, Paul McCartney lançou seu segundo álbum solo, o primeiro efetivamente após a separação dos Beatles, já que sua estreia, o disco McCartney I , foi lançado oportunamente uma semana após a banda anunciar o final das atividades. John Lennon, por sua vez,  havia lançado um grande disco no ano anterior, muito bem aceito pela crítica, porém com vendagens um pouco abaixo do esperado. Uma das razões talvez tenha sido o fato de Yoko Ono ter lançado um disco ao mesmo tempo e com a mesma capa, tendo inclusive dividido o single da canção Mother com o agora ex-beatle, ficando com o lado B. É neste cenário que McCartney lança Ram , um LP que trazia uma canção chamada "3 legs" (três pernas) aparentemente sobre como os Beatles se pareceriam sem ele, "Too Many People" (muita gente), com visíveis cutucadas em Lennon e Yoko e até uma prosaica canção chamada "Long Haired Lady" (mulher de cabelos longos) que apesar da letra a princípio inocente e dedicada à Linda,

A cidade de plástico.

E a TV Subaé descobriu a "cidade de plástico", comunidade de extrema-pobreza ao lado do conjunto Viveiros, um bairro carente, mas que perto da cidade de plástico é um condomínio de luxo. Falta agora só descobrirem os 3 Riachos, a outra comunidade igualmente muito  pobre, do outro lado da BR-116. Vejo uns se dizendo socialistas com o peito cheio de orgulho, enquanto outros se dizem capitalistas igualmente orgulhosos. Socialistas sem interesse social e capitalistas sem capital. Não passam disto. Ninguém quer ser socialista de verdade. Só os loucos mais aguerridos querem ir morar em Cuba, na Coreia do Norte ou passar uma temporada de trabalho de 14 horas e salários irrisórios na China. Mas a quem  serve este capitalismo onde poucos ganham e muitos perdem? Vivemos em casa trancados com nossos bens  e com medo de tudo e de todos.  Assistimos novelas globais onde brancos ricos e  bem sucedidos fazem guerra  de comidas sofisticadas enquanto a audiência parda e negra têm pão

Terra de Anões

Eu hoje estava ouvindo no meu smartphone, enquanto caminhava, aquela música dos Engenheiros do Hawaii chamada "Terra de Gigantes" em que um dos versos afirma que "a juventude era uma banda em uma propaganda de refrigerantes". Criticava-se a alienação dos jovens. E a maioria de nós éramos os jovens, por sinal. Mas o que tínhamos? Tínhamos internet? Tínhamos Google? Tínhamos acesso quase que instantâneo a toda a história da humanidade, a que passara e a que estávamos vivendo? Que culpa tínhamos de sermos alienados se não tínhamos a informação? Pois é, não tínhamos nada. E, ainda assim, éramos a banda na propaganda de refrigerantes. Como também disse o mesmo compositor, éramos o que poderíamos ser. Pelo menos, errados ou certos, éramos a banda. E hoje, com toda a informação em suas mãos, o que os jovens se tornaram? Se tornaram um bando em uma propaganda de refrigerantes. Gente que se deixa iludir por truques "nível fanta" em vez de tentar consumir

Porque não existem filas preferenciais nos EUA.

Entrei em contato com um amigo norte-americano que morou por muitos anos no Brasil e o questionei sobre a razão de não haver filas preferenciais nas lojas norte-americanas. Ele me respondeu que não havia apenas uma mas várias razões. Uma delas é legal, porque é anticonstitucional. A enxutíssima constituição dos Estados Unidos simplesmente proíbe que determinado grupo social tenha algum direito específico sobre outro. Ou todos têm ou ninguém tem. Então, lhe questionei sobre as ações afirmativas na área de educação. Ele me respondeu que as ações afirmativas seriam constitucionais porque serviriam justamente para nivelar um grupo social em desigualdade aos outros. O que não seria, segindo ele, o caso de gestantes, idosos e deficientes físicos. A segunda razão seria lógica e até mesmo logística: Uma fila preferencial poderia ser mais lenta do que a fila normal e acabar transformando um pretenso benefício em desvantagem. Isto abriria espaço para ações judiciais no país das ações judic

Sobre "Yesterday" e "Bohemian Rapshody".

Ontem assisti dois filmes que estava querendo ver faz muito tempo, "Yesterday", de Danny Boyle, e a cinebiografia do Queen, "Bohemian Rapshody" e me decepcionei com ambos. Já haviam me dito que "Yesterday" não era nenhuma coisa do outro mundo, apesar do mote interessantíssimo, mas mesmo para um filme de Boyle, é fraco. Está abaixo de "Quem Quer Ser Um Milionário" e nem se compara a "Transpotting". Pode ter sido até proposital, mas precisava que o protagonista, o ator Himesh P atel, fosse assim tão absolutamente sem graça? E Ed Sheeran é um zero absoluto à esquerda como músico, como ator nem se fala. Quem salva o filme é Kate McKinnon, no papel da empresária malvadona, ainda que pareça um pouco forçada demais. Sem dúvida, a cena com John Lennon é de chorar, mas foi pouco aproveitada. Algumas questões como o que aconteceu com os outros três beatles ficaram no ar. Já a cinebiografia do Queen eu esperava um pouco mais. O Freddi

A prostituição do roqueiro baiano.

O público de rock da Bahia reclama da falta de uma cena de rock mas o fato é que tal cena não existe porque não existe público de rock na Bahia. Você vai a um show de pagode, ou pagodão, que seja, de uma destas bandas de oitava categoria, que só faz replicar as canções de outras bandas e lá está o público todo visivelmente se divertindo, dançando e entrando em uma catarse única. Uma banda de rock ensaia, gasta grana com equipamentos, dedica horas criando canções e arranjos e o público responde com uma profunda indiferença, mantendo uma distância que é a maior possível e até mesmo uma certa arrogância. É como se os artistas em cima do palco estivessem, literalmente, recebendo o favor de serem assistidos.Outro dia vi uma apresentação de um destes grupos independentes paulistas. A entrega do público era evidente. Ali estavam fãs que adoravam a banda. Na Bahia, não. O público te trata como aquele cliente que contrata uma prostituta. Quer carinho, quer carícia, quer amor gostoso pois el

A década dos terraplanistas

A nova década, a dos novos anos 20, começou ontem. Não só é o padrão de todas as organizações de normas técnicas pelo mundo afora, como é também uma questão lógica. Alguns dizem que a década só começará em 2021, porque não existiu ano zero. Como assim, não existiu? A própria existência dos anos terminados em zero é uma prova cabal de que, sim, existiu um ano zero. É só retroagir. 2020, 2010...1900...1500...900...500...100... 30,20,10 e...ano 1 AC? Jesus teria, então, 32 anos  e não 33 no ano 33. dc, quando foi crucificado? Como se não bastasse, tomemos o nosso próprio tempo de vida. Quando nascemos, por acaso, já vimos ao mundo com um ano de idade? Não demorarmos doze meses para completarmos um ano de vida? Então, quantos anos alguém tem quando completa seis meses de idade? Menos 1 ano de vida ou zero anos? Quem tem seis meses de idade tem 1/2 ano de vida ou um ano inteiro e mais seis meses? É pura matemática. Ainda que se contasse o tempo como se conta a idade d