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A TODAS AS GAROTAS QUE JÁ AMEI UM DIA.

Se existem dois artistas no mundo pelos quais nutro uma profunda antipatia, são o espanhol Julio Iglesias e o norte-americano Willie Nelson.  Minha antipatia pelo latino até já foi citada na música “Se você ficar”, de minha autoria e do repertório de uma certa banda baiana de rock.  Na canção eu reclamo dos “discos de Julio Iglesias que você me faz ouvir”.
Curiosamente, apesar da letra tratar de um relacionamento amoroso, a inspiração para citar o cantor romântico veio de um episódio real envolvendo uma colega de sala. No ginásio, volta e meia, eu era escalado por ela para lhe auxiliar nas matérias em que tinha dificuldade.  Acontece que ela morava perto da escola e eu bem longe. Então eu acabava almoçando sempre em sua casa nestas ocasiões. Após o almoço, antes dos estudos,  ela descansava um pouco e estes momentos eram sempre passados ao som das lamúrias de Julio Iglesias. Um dia, me revoltei e impus como condição para continuar lhe ajudando nos estudos que meus ouvidos fossem poupados daquele chororô terrível.  Ela preferiu estudar sozinha.

Em relação a Willie Nelson, a antipatia pelo artista é um pouco mais gratuita. Começa pelo meu pouco apego à música country norte-americana,  passando pelo irritante sotaque caipira e termina na “cara de nojo” típica do velho homem de tranças.  Enfim, Willie Nelson e Julio Iglesias jamais teriam vez em minha mp3teca. Não teriam se não tivessem interpretado juntos uma canção belíssima e com a qual eu me identifico completamente:  “To all the girls i’ve  loved before”  (a todas as garotas que já amei um dia).

É preciso deixar claro,  antes de mais nada,  que eu adoro as mulheres.  Gosto do pacote completo:  Com as celulites,  as estrias,  os dengos, os muxoxos, a teimosia e até,  desde que não ultrapasse o limite do absurdo e não comprometa minha segurança,  a tal da TPM.  Mulher é um troço fantástico.  E digo isto sem machismo algum.  Há homem que se intimida em ser chefiado por uma mulher e eu acho isso tão ridículo,  afinal,  na infância,  ele foi chefiado por, pelo menos, duas mulheres:  a  mãe e a professora. Se contar a irmã mais velha, são três.

Amando tanto as mulheres,  não seria nada estranho afirmar que nutro um grande carinho pelas minhas ex-namoradas.  Ao longo da vida me relacionei com mulheres fantásticas,  e acredito ter tido muita sorte por isto.  Não há uma sequer da qual me arrependesse.  Não é que elas tenham sido todas iguais e eu as esteja colocando  “no mesmo saco”.  Claro que algumas foram mais importantes que outras,  mas eu jamais cometeria aqui a indelicadeza de quantificar isto.

Parti alguns corações - o meu também foi partido algumas vezes, é bem verdade - mas há oito anos durmo e acordo com a mesma mulher.   E como na música de Simon & Garfunkel,   ela é a minha ponte sobre águas turbulentas.  Ela me dá norte,  me dá amor,  apoio,  enfim tudo que uma mulher pode dar a um homem.  Ela foi escolhida pelo destino para mim.  E eu agradeço ao destino pela bela escolha que ele fez. 

Talvez o segredo de me dar tão bem com as minhas ex-namoradas esteja no fato que eu não queira ser o  “ex inesquecível”  de ninguém,  isto definitivamente não me interessa.  Eu quero ser o ex que se tornou, senão um amigo, uma referência de ser humano decente. Porque, então, tudo aquilo que se viveu no passado terá valido a pena.  A todas as moças lindas que amei um dia, e que amaram este rascunho de gente aqui, um feliz dia dos namorados junto dos seus atuais amores, pois todas merecem ser felizes.  Muito obrigado por terem estado em minha vida. E à minha eterna namorada, minha “partner in crime”,  que seja ela a última namorada que terei na vida.  E que nossa história dure para sempre, sem nunca ter final, mas sempre muito feliz.




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