THE DARKNESS - Permission To Land (2004) - O tempo passa e a impressão que fica é que a imprensa musical mundial - brasileira incluída - ou age de má fé com as bandas de que não gosta, ou se tornou burra, desconhecedora do passado relativamente recente da música pop. Um excelente exemplo é a banda inglesa The Darkness, que foi a sensação de um breve momento em 2004.
Não era, absolutamente, uma banda para os críticos gostarem. Pelo menos, os críticos tradicionais. Também não era uma banda para puristas de nenhum estilo. Os que sacralizam o rock (rock enquanto conceito, bem explicado) como uma espécie de deus que não pode ser violado por pagãos em busca de diversão, detestaram. Chamaram de armação oportunista, como se uma banda (embora uma banda excelente) como os Strokes não fizessem a mesmíssima coisa com o som da Nova York setentista.
Os fãs "fanáticos" de hard-rock desconfiaram das "boas intenções" dos garotos ingleses, achando que eles só escolheram este tipo de som pensando na grana. Por fim, os críticos, esta maravilhosa raça de seres humanos superiores que se acham no direito de ditar o que devemos ou não ouvir. Para não reconhecer que "The Darkness" bebe na ótima fonte dos grupos glam e hard dos anos 70, como Sweet, Alice Cooper Band (não confundir com o artista solo) , T. Rex, Todd Rundgren e seu Utopia, Bad Company, Status Quo, Queen, Kiss, Rainbow, Aerosmith, Whitesnake, etc; passaram a afirmar que o grupo copiava bandas de um dos períodos mais ruins do hard-rock, o famigerado metal-farofa dos anos 80.
Os fãs "fanáticos" de hard-rock desconfiaram das "boas intenções" dos garotos ingleses, achando que eles só escolheram este tipo de som pensando na grana. Por fim, os críticos, esta maravilhosa raça de seres humanos superiores que se acham no direito de ditar o que devemos ou não ouvir. Para não reconhecer que "The Darkness" bebe na ótima fonte dos grupos glam e hard dos anos 70, como Sweet, Alice Cooper Band (não confundir com o artista solo) , T. Rex, Todd Rundgren e seu Utopia, Bad Company, Status Quo, Queen, Kiss, Rainbow, Aerosmith, Whitesnake, etc; passaram a afirmar que o grupo copiava bandas de um dos períodos mais ruins do hard-rock, o famigerado metal-farofa dos anos 80.
Mas o sucesso imediato entre o público rock´n´roller provou que tudo isso era insignificante diante das 11 canções que integravam a edição completa do disco de estreia Permission To Land, lançada exclusivamente para o insipiente mercado da minúscula ilha de Tokelau no meio do oceano pacífico. No resto do mundo, o disco saiu com apenas dez canções, deixando de fora a maravilhosa Christmas Time, a melhor canção de natal já feita. Uma curiosidade do grupo é a imensa semelhança de timbre e respiração entre o vocalista Justin Hawkins e o líder do Cure, Robert Smith, que, à época, para surpresa geral, andou afirmando que aquele era seu atual disco de cabeceira.
Na verdade, "The Darkness" é mais uma banda revivalista que só poderá ser avaliada, pelo menos, daqui a mais dez anos. "I Believe in a thing called love" já é um clássico do hard-rock, com a ponte irresistível para o refrão e a construção tradicional de uma canção pop (que, quase sempre, é uma receita infalível de sucesso). "Friday Night", lembra muito Todd Rundgren, mas é a mais diferente do disco, com letra e melodia irresistíveis. De "Christmas Time", já foi falado acima. Já "Love Is..." é justamente a que lembra os grupos os quais eles são acusados de copiar. De tão óbvia e certinha, torna-se chata e incômoda. Mas nada que uma pulada para a próxima faixa não resolva.
ADAM ANT - Vive Le Rock (1985) - Em 1984, Adam Ant vivia um dilema: Como fazer um disco à altura de Friend Or Foe, seu disco de estreia solo, que foi puxado por dois mega hits na Europa, "Desperate But Not Serious" e "Goody Two Shoes" e que chegou a fazer sucesso até mesmo no Brasil. No ano anterior, Ant desfizera sua banda, (a saber, "Adam And The Ants") por imposição da gravadora Epic, que jogava suas fichas no artista, querendo transformá-lo numa espécie de "Michael Jackson europeu", como aliás, a própria companhia alardeava.
Insatisfeito com a tentativa de manipulação explícita e saudoso da sua antiga banda, Ant recrutou os serviços de Chris de Niro (baixo) e Count Wiczling (bateria), fez questão de posar na contra capa do disco com os outros integrantes, como se fossem comercialmente ainda um grupo, e cometeu um disco denso, pesado e com fortes pinceladas de rockabilly. Batizou o rebento com o grito de guerra dos punks circa 77 e partiu para o tudo ou nada. Infelizmente foi nada.
Afundado no barulho e na distorção, com pequenas concessões ao pop, como nas dançantes Apollo 9 e Vive Le Rock, o disco traz alguns dos clássicos do artista como Miss Thing e Human Bondage Den, além de uma releitura de um antigo "sucesso" dos Ants (Scorpios, do terceiro disco, em Scorpio Rising). O melhor momento é a instigante Mohair Lockeroom Pin-Up Boys, além da descontrolada Rip Down. Por ser um disco considerado difícil, "Vive Le Rock" só seria lançado nos EUA em 96, e custou a Ant o contrato com a Epic (ele se renderia à sanha comercial da gravadora no disco seguinte, "Strip", que, embora bem melhor, acabou vendendo ainda menos que o anterior).
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