Pular para o conteúdo principal

FECHANDO O ÁLBUM DE RETRATOS.

Bons tempos aqueles, hein? Não. Não eram bons tempos. O bom tempo é aqui e agora. Tem que ser. Se você se sentia mais feliz com menos idade do que tem hoje, dá uma boa olhada dentro de si, faz uma “selfie espiritual” - em vez de zilhões de selfies fotográficas - e procura o que está errado dentro de ti. Sim, porque se você é saudosista demais, se você suspira profundamente quando vê alguma foto sua “de antigamente” ou uma filmagem velha e desbotada, é porque sua alma também envelheceu e desbotou.

Calma, não há nada demais em envelhecer. Envelhecer é muito bom. Aliás, saber envelhecer é uma arte. Claro que, quanto mais avançamos na idade, fazemos um flashback mental e buscamos entender nossos erros e porque chegamos até aqui assim tão insatisfeitos. Sim, porque sempre estaremos insatisfeitos com alguma coisa. Provavelmente, até o Bill Gates se olha no espelho algumas vezes e acha que fracassou. Imagine eu e você.

budismo ensina sobre a transitoriedade da vida e o quanto nos iludimos com ela. Ora, Deus nos enviou nus ao mundo. A sua única cobrança em relação à nossa raça – a humana - é: crescei e multiplicai-vos. Ele não disse crescei a fortuna do teu pai e multiplicai a tua riqueza. Então não há porque darmos mais importância do que a devida aos fracassos e tropeços vida afora.

Importante mesmo é aprender, porque continuar errando vida afora, ficar velho cometendo os mesmos erros que identificamos em nós, este é o verdadeiro fracasso de uma vida inteira . Cuida do teu corpo o melhor que puder, acorda todo dia ciente que você recebeu um presente ao nascer e receberá também outro ao morrer. Ninguém disse que viver seria uma tarefa fácil, mas precisamos enfrentar a odisseia diária de nossas vidas, digladiando com os leões que matamos por dia. Busque o que te faz feliz e pratique isto. Fuja do que te deixa triste. E feche este álbum de retratos de uma vez por todas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A CARTA ANÔNIMA

 Quando eu era menino, ainda ginasiano, lá pela sexta série, a professora resolveu fazer uma dinâmica bastante estranha. Naquele tempo ainda não tinha esse nome mas acho que ela quis mesmo fazer uma dinâmica, visto pelas lentes dos dias atuais. Ela pediu que cada aluno escrevesse uma carta anônima, romântica, se declarando para uma outra pessoa.  Eu confesso que não tive a brilhante ideia de escrever uma carta anônima para mim mesmo e assim acabei sem receber nenhuma carta falando sobre os meus maravilhosos dotes físicos e intelectuais. Já um outro garoto, bonitão, recebeu quase todas as cartas das meninas da sala. E sabe-se lá se não recebeu nenhuma carta vinda de algum colega do sexo masculino, escrita dentro de algum armário virtual. Eu, é claro, escrevi a minha carta para uma menina branca que nem papel, de óculos de graus enormes e um aparelho dentário que mais parecia um bridão de cavalos. Ela era muito tímida e recatada, havia nascido no norte europeu mas já morava...

Porque não existem filas preferenciais nos EUA.

Entrei em contato com um amigo norte-americano que morou por muitos anos no Brasil e o questionei sobre a razão de não haver filas preferenciais nas lojas norte-americanas. Ele me respondeu que não havia apenas uma mas várias razões. Uma delas é legal, porque é anticonstitucional. A enxutíssima constituição dos Estados Unidos simplesmente proíbe que determinado grupo social tenha algum direito específico sobre outro. Ou todos têm ou ninguém tem. Então, lhe questionei sobre as ações afirmativas na área de educação. Ele me respondeu que as ações afirmativas seriam constitucionais porque serviriam justamente para nivelar um grupo social em desigualdade aos outros. O que não seria, segindo ele, o caso de gestantes, idosos e deficientes físicos. A segunda razão seria lógica e até mesmo logística: Uma fila preferencial poderia ser mais lenta do que a fila normal e acabar transformando um pretenso benefício em desvantagem. Isto abriria espaço para ações judiciais no país das ações judic...

O SONHO

  Oi. Hoje eu sonhei contigo. Aliás, contigo não. Eu sonhei mesmo foi comigo. Comigo sim, porque o sonho era meu, mas também com você, porque você não era uma mera coadjuvante. Você era a outra metade dos meus anseios juvenis que, quase sexagenário que sou, jamais se concretizaram. Não que a falta de tais anseios me faça infeliz. Não faz. Apenas os troquei por outros, talvez mais relevantes, talvez não. Hoje de madrugada, durante o sonho, eu voltava a ter 20 anos e você devia ter uns 17 ou 18. Eu estava de volta à tua casa, recebido por você em uma antessala completamente vazia e toda branca. Branca era a parede, branco era o teto, branco era o chão. Eu chegava de surpresa, vindo de muito longe. Me arrependia e queria ir embora. Você  queria que eu ficasse, queria tirar minha roupa ali mesmo, queria que eu estivesse à vontade ou talvez quisesse algo mais. Talvez? Eu era um boboca mesmo. Você era uma menina bem assanhadinha, tinha os hormônios à flor da pele e eu era a sortuda ...