Deus também percebeu que poderia criar pontos no vazio e os chamou de estrelas. À sua volta Deus criou planetas e não se cansava de imaginar outros tipos de astros siderais. Ele havia descoberto um sentido para a sua existência. Ao todo chamou de universo. Criou o sol, em sua volta alguns planetas e a um, em particular, Deus se dedicou. É aqui que eu vou criar minha obra prima, Deus pensou, o planeta a que chamarei de Terra.
Com a ajuda dos anjos Deus criou plantas, minerais e toda sorte de bichos. Até que criou os dinossauros. Gostou tanto que fez todo tipo de dinossauro. Grande, pequeno, vegetariano, carnívoro, bípede, quadrúpede, terrestre e voador. Nas horas de descanso, Deus se dedicava a brincar com seus bichinhos, feliz que estava com a sua criação.
Um dia Deus inventou o ouro pois queria cobrir seus bichinhos preferidos com aquela substância preciosa. Chamou Gabriel, seu anjo ajudante de ordens, e disse entusiasmado:
- Gabriel, isto aqui é uma coisa nova que inventei, o ouro. Vá lá e mete ouro nos dinossauros. Não deixe sobrar um.
Gabriel ficou confuso mas Deus é Deus, o maioral, e só lhe restava obedecer. E assim foi.
Algum tempo depois Deus descansou novamente e foi ver como estavam seus dinossauros. E estranhou aquela fumaça toda, tudo quieto demais. Chamou Gabriel e lhe perguntou pelos seus bichos preferidos.
- Gabriel, cadê meus dinossauros?
- Mas Senhor, foi o Senhor mesmo que me pediu para sumir com eles.
- Eu?
- Sim, o Senhor foi bem claro: Meteoro nos dinossauros.
- METE OURO, Gabriel. METE OURO. Pintar de dourado! Meu Eu!!!! Não é possível uma coisa destas.
Claro que Deus poderia ter revertido o ato errado de Gabriel, claro que com um estalar de dedos Ele poderia criar tudo de novo. Mas Deus estava irado e preferiu castigar seu ajudante de ordens. Sua nova criação seria um ser idêntico a Gabriel e todos os outros anjos, só que sem asas. Deus criara o homem.
- Crio agora, como castigo, um ser que parecerá com vocês mas a eles darei raciocínio e vocês, todos os anjos, serão obrigados a proteger e acompanhar os seres humanos. Os anjos ficaram perplexos, enraivados, e passaram a chamar os humanos de macacos falantes.
Lúcifer, que ainda era o anjo preferido de Deus, ficou enciumado e não quis mais viver no céu. Pediu ao Senhor que fosse transferido para as profundezas da Terra onde teria o maior prazer de castigar os humanos que transgredissem as regras de Deus. E Deus assim consentiu.
E, por via das dúvidas, Deus nunca mais deu uma ordem verbal a anjo nenhum. Tudo que ordenava, o fazia em duas vias com papel timbrado do céu e protocolo de recebimento. Deus, sem querer e por culpa de seus anjos, também havia inventado a burocracia.

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