HOMECOMING - America (1973) - A história do grupo inglês America
é um pouco confusa, a partir da naturalidade de seus integrantes.
Apesar do nome, a banda é realmente inglesa, mas apesar de inglesa, seus
integrantes são americanos. A solução para este mistério é até simples;
Dewey Bunnell, Dan Peek e Gerry Beckley, que formavam o trio, eram
americanos radicados em Londres, onde seus pais moravam.
Descobertos por
George Martin, que enxergou no grupo a possibilidade de repetir o
fenômeno da beatlemania, o America criou uma mistura perfeita entre o
country ianque e o folk inglês, sendo hoje considerados influência por
artistas do chamado movimento alt-country. Produzido por Martin, este Homecoming marca o auge da carreira da banda. No mesmo ano lançariam o insosso Hat Trick, antes do canto do cisne Holiday, de 74 e da coletânea multi-platinada Greatest Hits, que vendeu cinco milhões de cópias no mundo inteiro e elevou o America à condição de supergrupo.
IN MY TRIBE - 10,000 Maniacs (1985) - Alguns dizem que música e política deveriam se misturar menos e este In My Tribe, da banda americana 10,000 Maniacs é um bom exemplo disso. Um dos destaques do álbum era a excelente versão de Peace Train,
de um certo Youlsef Islam, que um dia foi conhecido pelo seu nome
ocidental, Cat Stevens.
Após a declaração de Youlsef (bastante coerente,
por sinal, embora não necessariamente correta) de que as ordens do
aiatolá Khomeini para assassinar o escritor Salman Rudshie tinham de ser
cumpridas, o grupo resolveu limar a música das versões posteriores do
disco, nos privando de ouvi-la.
E o pior, não colocou nada no lugar dela para compensar. Agora, bem que poderiam se tornar muçulmanos em protesto ao absurdo impedimento de entrar em seu próprio país feita ao mesmo Youlsef/Cat pelo governo Bush.
E o pior, não colocou nada no lugar dela para compensar. Agora, bem que poderiam se tornar muçulmanos em protesto ao absurdo impedimento de entrar em seu próprio país feita ao mesmo Youlsef/Cat pelo governo Bush.
O ridículo e inócuo protesto apagou
e muito o brilho deste excelente álbum, que marca o ápice da carreira
de uma banda que sempre remou musicalmente contra a maré, criando
canções bem arranjadas em um momento de extrema tosqueira musical. Marca
também o melhor momento como cantora e letrista de Natalie Merchant, e,
curiosamente a entrada da futura vocalista, Mary Ramsey, que neste disco é responsável pelos violinos e backing vocals. Em protesto, nunca comprei a
versão em CD deste disco, permanecendo com a minha velha cópia em
vinil. Com Peace Train abrindo o lado b, é claro.
FORCE - A Certain Ratio (1985) - Algumas
curiosidades extramusicais sobre este álbum: a versão nacional deste
disco, lançado no Brasil pela Stiletto dois anos depois do seu
lançamento na Inglaterra, é mais luxuosa que a original. O papel
utilizado é de qualidade bem superior e o encarte simples virou um bem
cuidado envelope. O selo da edição brasileira também é mais bem cuidado
que a da edição inglesa, que é todo branco, como os discos da lendária Factory. Também é o último lançamento desta gravadora, que fecharia as portas logo depois.
Citados como influência pelo grupo atual The Rapture,
o ACR, como também era conhecido, produzia uma mistura de punk, soul, funk e
pop com rock, fortemente calcada na sonoridade de bandas americanas
contemporâneas do mesmo estilo. Produzido pelo onipresente Martin
Hannett, este Force é fortemente dançante e merece ser
redescoberto, até porque ano passado a gravadora americana Soul Jazz
lançou um excelente álbum duplo/retrospectiva da carreira da banda e não
deu pra colocar todas as boas canções de "Force" , ou seja: todas as
oito. Na dúvida, não ultrapasse e ouça a belíssima And Then She Smiles.
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