Pular para o conteúdo principal

Adriana na Piscina - Parte III: O hit alternativo e o melhor legado, uma amizade.

Quando Adriana na Piscina foi executada pela primeira vez pela  LP e Os Compactos, o disco já estava sendo vendido em shows e a maioria dos fãs da banda já conheciam a música. A empatia do público com a canção foi avassaladora. Para tal, conspirava o fato de que um dos integrantes da banda, naquele momento, namorava uma moça chamada Adriana e um outro tinha um Adriano como melhor amigo. E toda Adriana queria ser a moça da piscina.  Assim, fui parabenizado inúmeras vezes por "ter composto" aquela faixa. E fui criticado também. Algumas pessoas diziam ser aquela a minha "pior letra". Eu, claro, em um caso ou outro, retrucava que a música era de outro autor, de outra banda, mas isto nunca adiantou muito. No imaginário popular feirense, a música era um original de nossa banda e pronto.

Uma moça que sempre andou na linha.
 Eu não sou uma pessoa de ter muitos amigos "reais", que dirá virtuais. mas Laura Mansur, a moça que me ajudou a resgatar a cancão original dos escombros da minha memória, é um destes poucos amigos virtuais que tenho e que pouca - ou nenhuma - diferença faz se a conheço pessoalmente ou não. Ela, ainda que indiretamente, foi responsável por tudo que envolveu a música Adriana na Piscina depois daquela noite de 2004 em que perdeu algumas horas tentando ajudar um completo estranho a ter em sua coleção uma música tão importante para ele - ela nem sabia que a tinha. Laura tem um lugar garantido e especial em meu pequeno círculo de amizades, ainda que nunca a tenha conhecido pessoalmente.

Acompanho com prazer os seus relatos no facebook, de suas aventuras como operadora de caixa da CEF, onde a "Super Laura" trabalha e enfrenta clientes indócis - o corretor ortográfico me garantiu que é assim mesmo que se escreve o plural de indócil  e nem sempre gentis, com o seu superpoder de um sorriso grudado no rosto e histórias para contar depois. Sei também que Laura adora sapos e, eventualmente, invento uma piada nova sobre estes bichos para arrancar dela algumas risadas. E absorvo as suas risadas virtuais para usar nas horas mais  introspectivas que todos nós temos ao longo do dia.

Laura e o marido, Fabrício.
Todo este carinho que sinto por ela não é gratuito. Laura realmente se importa com os amigos, sejam ele virtuais ou presenciais. Sempre muito educada e cordial, faz questão de responder a tudo que lhe pergunto. Se a marco em uma postagem sobre música, ela responde nem que seja para dizer gentilmente que não gostou. E sempre diz com tanta leveza e educação que é como se ela dissesse sempre que havia adorado.

Laura também mantém o "curioso" hábito de querer sempre saber mais daqueles a quem chama de amigos. Nas inúmeras vezes em que fiz e refiz perfis sociais, nesta e em outras redes, ela sempre me readicionava sem reservas, mas também sem nunca deixar de me perguntar se estava tudo bem comigo.

Se duvidar, toda esta história sobre a música Adriana na Piscina, que começa na minha adolescência, com a minha namoradinha chamada Adriana e termina com Laura, a grande amiga virtual que acabei ganhando, é apenas um enorme pretexto para desejar feliz aniversário a esta pessoa tão bacana e de quem tanto gosto. E gosto com o mais puro dos sentimentos, o da amizade sincera. Que tenha muitos e muitos anos de vida junto dos seus, minha amiga Laura, e que, um dia, possamos nos conhecer e nos abraçar de verdade. Por enquanto, fique com este abraço virtual do amigo que tanto lhe admira. Parabéns, parabéns,  e parabéns...até o infinito e além!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A CARTA ANÔNIMA

 Quando eu era menino, ainda ginasiano, lá pela sexta série, a professora resolveu fazer uma dinâmica bastante estranha. Naquele tempo ainda não tinha esse nome mas acho que ela quis mesmo fazer uma dinâmica, visto pelas lentes dos dias atuais. Ela pediu que cada aluno escrevesse uma carta anônima, romântica, se declarando para uma outra pessoa.  Eu confesso que não tive a brilhante ideia de escrever uma carta anônima para mim mesmo e assim acabei sem receber nenhuma carta falando sobre os meus maravilhosos dotes físicos e intelectuais. Já um outro garoto, bonitão, recebeu quase todas as cartas das meninas da sala. E sabe-se lá se não recebeu nenhuma carta vinda de algum colega do sexo masculino, escrita dentro de algum armário virtual. Eu, é claro, escrevi a minha carta para uma menina branca que nem papel, de óculos de graus enormes e um aparelho dentário que mais parecia um bridão de cavalos. Ela era muito tímida e recatada, havia nascido no norte europeu mas já morava...

Porque não existem filas preferenciais nos EUA.

Entrei em contato com um amigo norte-americano que morou por muitos anos no Brasil e o questionei sobre a razão de não haver filas preferenciais nas lojas norte-americanas. Ele me respondeu que não havia apenas uma mas várias razões. Uma delas é legal, porque é anticonstitucional. A enxutíssima constituição dos Estados Unidos simplesmente proíbe que determinado grupo social tenha algum direito específico sobre outro. Ou todos têm ou ninguém tem. Então, lhe questionei sobre as ações afirmativas na área de educação. Ele me respondeu que as ações afirmativas seriam constitucionais porque serviriam justamente para nivelar um grupo social em desigualdade aos outros. O que não seria, segindo ele, o caso de gestantes, idosos e deficientes físicos. A segunda razão seria lógica e até mesmo logística: Uma fila preferencial poderia ser mais lenta do que a fila normal e acabar transformando um pretenso benefício em desvantagem. Isto abriria espaço para ações judiciais no país das ações judic...

O SONHO

  Oi. Hoje eu sonhei contigo. Aliás, contigo não. Eu sonhei mesmo foi comigo. Comigo sim, porque o sonho era meu, mas também com você, porque você não era uma mera coadjuvante. Você era a outra metade dos meus anseios juvenis que, quase sexagenário que sou, jamais se concretizaram. Não que a falta de tais anseios me faça infeliz. Não faz. Apenas os troquei por outros, talvez mais relevantes, talvez não. Hoje de madrugada, durante o sonho, eu voltava a ter 20 anos e você devia ter uns 17 ou 18. Eu estava de volta à tua casa, recebido por você em uma antessala completamente vazia e toda branca. Branca era a parede, branco era o teto, branco era o chão. Eu chegava de surpresa, vindo de muito longe. Me arrependia e queria ir embora. Você  queria que eu ficasse, queria tirar minha roupa ali mesmo, queria que eu estivesse à vontade ou talvez quisesse algo mais. Talvez? Eu era um boboca mesmo. Você era uma menina bem assanhadinha, tinha os hormônios à flor da pele e eu era a sortuda ...