Joe Strummer nasceu em 1952, em Ancara, na
Turquia. Filho de um diplomata, John Graham Mellor, - seu nome verdadeiro - nunca se rendeu à sua boa condição
financeira e desde a adolescência se interessava fortemente por questões sociais. Em 1972, fundou o grupo The Vultures, onde cantava
covers de clássicos do rock e rhythm and blues. A banda tinha apenas um único
número original, "Country Boy At Heart", que muitos anos depois,
serviria de base para "Death Is a Star" , canção que encerra o lado B
do álbum "Combat Rock", dos The Clash.
Em 1974, aos 22 anos, fundou a banda The 101 All Stars, logo rebatizada como The 101'ers. O nome era uma referência ao endereço do "cafofo" onde os integrantes do grupo moravam. O som dos 101'ers era uma espécie de pub-rock mal tocado, mas que já trazia sinais indeléveis do estilo musical que seria forjado pelo seu futuro conjunto. Nesta época, Strummer atendia pelo cognome de "Woody Mellow".
Quando os Sex Pistols abriram um show de sua banda, Strummer, como ele mesmo afirmava, "viu a luz". No momento em que o segundo single dos 101'ers, "5 stars rock and roll petrol" chegava às lojas, Mellor já havia deixado a banda e se tornado Joe Strummer, que viria a ser, algum tempo depois, um dos fundadores do The Clash.
Em 1974, aos 22 anos, fundou a banda The 101 All Stars, logo rebatizada como The 101'ers. O nome era uma referência ao endereço do "cafofo" onde os integrantes do grupo moravam. O som dos 101'ers era uma espécie de pub-rock mal tocado, mas que já trazia sinais indeléveis do estilo musical que seria forjado pelo seu futuro conjunto. Nesta época, Strummer atendia pelo cognome de "Woody Mellow".
Quando os Sex Pistols abriram um show de sua banda, Strummer, como ele mesmo afirmava, "viu a luz". No momento em que o segundo single dos 101'ers, "5 stars rock and roll petrol" chegava às lojas, Mellor já havia deixado a banda e se tornado Joe Strummer, que viria a ser, algum tempo depois, um dos fundadores do The Clash.
No final de 76, ainda nos The 101'ers, Strummer
seria convidado a integrar a banda de hard-rock The London SS, substituindo o
guitarrista Brian James, que sairia para formar os The Subterraneans, embrião do The Damned, outra grande banda surgida no levante punk da Inglaterra em 1977. James afirmaria mais tarde que sua saída da The London SS se devia ao interesse cada vez maior do baixista Paul Simonon por reggae e ska. Completavam
a The London SS, o baterista Topper Headon e o guitarrista Mick Jones. Com a chegada de
Strummer, estava formada a lenda.
Com o antigo repertório do The London SS completamente descartado, o grupo achou por bem também trocar de nome. Simonon sugeriu Two Sevens Clash, título de um recente single do grupo jamaicano de reggae Culture. O resto do grupo preferia Clash 77 e, por razões óbvias, (afinal, o ano de 77 acabaria e o nome ficaria defasado), foi reduzido para simplesmente The Clash.
Com o antigo repertório do The London SS completamente descartado, o grupo achou por bem também trocar de nome. Simonon sugeriu Two Sevens Clash, título de um recente single do grupo jamaicano de reggae Culture. O resto do grupo preferia Clash 77 e, por razões óbvias, (afinal, o ano de 77 acabaria e o nome ficaria defasado), foi reduzido para simplesmente The Clash.
Os The Clash foram a primeira banda punk a assinar
com uma multinacional e foram muito cobrados por isso. Escolheram como single de
estreia a canção "White Riot", inspirada na revolta dos negros em Brixton (que, posteriormente, voltaria a ser
tema de outra canção da banda, "Guns Of Brixton", do disco "London Calling"). "White Riot" convocava os garotos brancos a promoverem também a sua própria revolta
contra o sistema.
Foram mal interpretados e acusados de racistas por ativistas negros e ameaçados
por grupos racistas brancos, que entendiam, cada um a sua maneira, que haviam
referências negativas a uma e a outra raça em uma música que apenas pregava o
fim da letargia entre os garotos brancos ingleses. A banda também se recusou a
posar para a capa do single, sendo que, quando não houve alternativa, decidiram
se deixar fotografar de costas, com as mãos na parede, como em uma batida
policial. O novo baterista Terry Chimes grava o single mas não sai na capa do disco
por ter se atrasado para a sessão de fotos. Em seguida é "despedido"
pelos outros integrantes, que resolvem manter o cargo vago. Para shows e
ensaios chamam o companheiro da The London SS, Topper Headon, que, na verdade, era um baterista com formação jazzística que gostava de tocar com o pessoal do punk-rock.
Algum tempo depois, Headon se
torna um membro oficial. Daí em diante, Chimes e Headon praticamente se
revezariam na posição, um entrando quando o outro saia da banda.
Os Clash iniciam ali uma carreira marcada pela polêmica, onde,
ao mesmo tempo que ganham a fama duvidosa de "maior banda de rock do
mundo", chegam a ser motivo de comentários irônicos no meio musical pela
suposta "pobreza" dos arranjos das suas músicas e das limitações técnicas de seus integrantes.
Em 1980, os The Clash lançam seu álbum mais importante, a princípio batizado de
"novo testamento', depois racionalmente chamado de "London Calling". Obrigam a CBS a
negociar o disco duplo nas lojas pelo preço de um LP simples e, em seguida, tentam
soltar um álbum quádruplo mas a gravadora só concorda, no máximo, com um disco triplo, que provocativamente se chamaria "Sandinista".
Novamente a banda tenta obrigar a gravadora a negociar o disco como simples, mas
consegue apenas que ele seja vendido um pouco acima do preço normal de um Lp. Isso, é claro, apenas no eixo USA/UK. No Brasil, por exemplo, os discos foram vendidos pelo preço normal de um álbum duplo ou triplo.
Com o sucesso crescente do grupo, a
gravadora prepara uma mega-turnê nos EUA, com os Clash tocando pela primeira
vez em estádios lotados. O pavor e o despreparo fica evidente em clips como o
da música "Should I Stay Or Should I Go", onde todos parecem estar
apavorados em enfrentar a plateia numericamente monstruosa. No início de 82 é lançado o single contendo "Rock The
Casbah", composição do baterista Headon, com batida dançante e forte apelo comercial, que viria
a se tornar, até então, o único hit do grupo.
Mesmo com material pronto para gravar um novo disco a banda fica sem tempo disponível devido aos shows da turnê. A gravadora propõe
o lançamento de um novo trabalho com os dois singles ("Should I Stay Or
Should I Go" e "Rock The Casbah") mais sobras do "Sandinista" e até a inclusão de participações
especiais do The Clash em discos alheios e trilhas sonoras. Este frankenstein sonoro,
por incrível que pareça, dá certo, e é lançado em 1982 com o título de "Combat Rock", se tornando um dos lançamentos mais vendidos do grupo. Strummer, que é a
favor de que a banda pare e grave material inédito, fica profundamente
contrariado. Daí em diante, Jones tenta impor uma linha
mais dançante e "comercial", enquanto Strummer vê o prestígio dos Clash descer ladeira abaixo junto à imprensa e aos antigos fãs, que passam a fazer
as habituais acusações de "traidores", "vendidos", etc.
Em 1984, às vésperas de lançar um novo álbum de inéditas, The Clash perde seu segundo "front-man", o guitarrista Mick Jones, expulso da banda por Simonon e Strummer. Boa parte do material de Jones para este disco é lançado no primeiro álbum da sua nova banda, o Big
Audio Dynamite. Em 85 sai "Cut The Crap", com
roadies da banda assumindo as guitarras e a bateria. À exceção de "This Is England", composta ainda
com Jones na banda, o disco é uma tentativa desesperada de retorno às
"raízes", que acaba soando extremamente caricatural. Mas ainda assim é um disco interessante.
Ainda era Strummer. Ainda eram os Clash.
Durante o final dos anos 80 e em quase toda a década seguinte, Strummer gravou trilhas sonoras, atuou em filmes e lançou discos solo onde o brilho de seus trabalhos com The Clash era uma lembrança distante e melancólica. No final da década de 90, fundou um novo grupo, os Mescaleros, onde desenvolvia uma continuação natural da musicalidade de sua antiga banda.
Em 2002, um ataque cardíaco fulminante aos
50 anos, pôs fim à vida de uma das mentes mais brilhantes e combativas do rock
inglês. Rumores afirmavam que Strummer havia morrido de overdose de drogas. Um surpreendente exame post-mortem eliminou as dúvidas: não havia traços nem mesmo de maconha. Joe Strummer morreu "limpo", assim como viveu.
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