TUG OF WAR - Paul McCartney (1982) - Era muito comum nos anos 70 que os fãs idolatrassem merecidamente os Beatles enquanto Paul McCartney - o
responsável por pelo menos 50% do sucesso e da qualidade do quarteto
inglês - era tratado como uma figura menor, sem tanto talento, em detrimento
de Lennon, aquele que seria "a verdadeira alma dos quatro de Liverpool". Nem tanto
ao céu nem tanto à terra. E eu nem quero saber quem seria o que. Se os
Beatles sem Lennon nunca teriam aquele charme rebelde de canções como
Revolution, sem McCartney ficariam sem a beleza de canções como For No
One e Here, There And Anywhere, além de desperdiçar experimentações pop
como a "negra" Eleagnor Rigby. E isso só para ficar em um único álbum,
no caso o Revolver, de 1966, que é considerado um disco mais de Lennon e
Harrison do que de McCartney.
John Lennon lançou pelo menos um
álbum solo "clássico", Imagine, de 1971. Até o simpático e leve Double
Fantasy, de 1980, que seria seu último trabalho, Lennon editou discos
irregulares, culminando no fiasco de Rock And Roll, de 75, em que o
artista coverizava clássicos do rock. Até os mais aguerridos fãs de Winston são unânimes
em afirmar que o disco foi salvo pelo gongo pela cover de Stand By Me,
de Ben E. King, que tanto sucesso fez que até hoje tem gente que pensa
que a música é mesmo de Lennon.
Após o fim dos Beatles, George Harrison lançou o triplo All Things Must Pass, partindo para discos muito irregulares, que, muitas vezes não faziam jus a seu passado de ex-Beatle. Ringo, o eterno clown, nunca foi de se preocupar em criar uma obra "respeitável". Por isso mesmo, quase sem querer, acabou jogando no mercado discos memoráveis, como Goodnight Vienna, Ringo e Stop And Smell The Roses, sempre com uma pequena ajuda de seus fabulosos amigos.
Já Paul, mesmo que os chatos de plantão ainda queiram discordar, foi o que se deu melhor na carreira solo, seja em discos assinados por ele próprio, seja nos discos com a griffe dos Wings, a banda que formaria após sair dos Beatles. Na verdade, McCartney lançava com seu nome seus trabalhos mais pop e/ou pessoais, deixando seu lado mais rock para os "asas", uma clara referência a sua outra banda ("besouros").
Paul McCartney sempre foi o mais simpático dos Beatles, assim como o mais "arteiro". Um tanto excêntrico, em 74 se mandou para a Nigéria para gravar o clássico Band On The Run. Acontece que a Nigéria não é conhecida pela excelência de seus estúdios e o resultado sonoro acabou ficando muito aquém. Ainda assim, o álbum foi muito elogiado pela crítica e um sucesso de público.
Criticado pelo ex-parceiro Lennon pela sua suposta superficialidade, McCartney seguiu escrevendo suas "tolas canções de amor", como sugere na letra de um de seus maiores sucessos, Silly Love Songs. O tema foi feito para rebater a crítica do ex-parceiro, que encerraria sua vida escrevendo as mesmas tolas canções de amor que tanto criticaria em Paul.
Após encerrar as atividades dos Wings, em 1979, com o excelente e extremamente injustiçado Back To The Egg (o disco permaneceu inédito em CD até 2005), Paul lançou um disco fraquinho, feito em casa, irregular, e que só não é o pior de sua carreira porque é muito charmoso, o que o torna, paradoxalmente, muito bom. McCartney II, o disco, levaria o ex-beatle ao topo das paradas com a divertida Comin´Up, bem no espírito new wave da época, fazendo com que alguns jovens se interessassem pela sua ex-banda. A morte de Lennon, meses depois, aumentou e muito o interesse pelo grupo, mas McCartney não se aproveitou disso, só lançando um novo disco em 1982.
O belíssimo e caprichado clip de Tug Of War veio um pouco antes do lançamento do álbum homônimo, adiantando que viria coisa boa por aí. O single seguinte, uma parceria de Paul com Stevie Wonder esfriou o ânimo da crítica, que achava que a canção era apelativa e sentimental. O público fez que não era com ele e transformou Ebony And Ivory em um dos maiores sucessos de 1982. Entre Tug Of War, que abre o disco, e a citada Ebony And Ivory que o fecha, estão algumas das melhores canções já produzidas pelo ex-beatle. As exceções são a esquisita Dress Me A Robber e a funkeada What's That You're Doing, a outra participação de Wonder, muito inferior ao smash hit. Sobram a sacudida Ballroom Dancing e a balada épica Wanderlust, uma das melhores canções de Billy Shears. Além de "Get It" com a participação de Carl Perkins.
O lado político de McCartney transparece, além da faixa-título, em The Pound Is Siking, sobre o aumento da miséria na Inglaterra. Seu lado mais pop aparece na deliciosa Take It Away. A crítica, com toda a má vontade com que costumava analisar o trabalho do ex-beatle, detonou o disco. O público nadou contra a maré e transformou Tug Of War em um sucesso mundial.
Após o fim dos Beatles, George Harrison lançou o triplo All Things Must Pass, partindo para discos muito irregulares, que, muitas vezes não faziam jus a seu passado de ex-Beatle. Ringo, o eterno clown, nunca foi de se preocupar em criar uma obra "respeitável". Por isso mesmo, quase sem querer, acabou jogando no mercado discos memoráveis, como Goodnight Vienna, Ringo e Stop And Smell The Roses, sempre com uma pequena ajuda de seus fabulosos amigos.
Já Paul, mesmo que os chatos de plantão ainda queiram discordar, foi o que se deu melhor na carreira solo, seja em discos assinados por ele próprio, seja nos discos com a griffe dos Wings, a banda que formaria após sair dos Beatles. Na verdade, McCartney lançava com seu nome seus trabalhos mais pop e/ou pessoais, deixando seu lado mais rock para os "asas", uma clara referência a sua outra banda ("besouros").
Paul McCartney sempre foi o mais simpático dos Beatles, assim como o mais "arteiro". Um tanto excêntrico, em 74 se mandou para a Nigéria para gravar o clássico Band On The Run. Acontece que a Nigéria não é conhecida pela excelência de seus estúdios e o resultado sonoro acabou ficando muito aquém. Ainda assim, o álbum foi muito elogiado pela crítica e um sucesso de público.
Criticado pelo ex-parceiro Lennon pela sua suposta superficialidade, McCartney seguiu escrevendo suas "tolas canções de amor", como sugere na letra de um de seus maiores sucessos, Silly Love Songs. O tema foi feito para rebater a crítica do ex-parceiro, que encerraria sua vida escrevendo as mesmas tolas canções de amor que tanto criticaria em Paul.
Após encerrar as atividades dos Wings, em 1979, com o excelente e extremamente injustiçado Back To The Egg (o disco permaneceu inédito em CD até 2005), Paul lançou um disco fraquinho, feito em casa, irregular, e que só não é o pior de sua carreira porque é muito charmoso, o que o torna, paradoxalmente, muito bom. McCartney II, o disco, levaria o ex-beatle ao topo das paradas com a divertida Comin´Up, bem no espírito new wave da época, fazendo com que alguns jovens se interessassem pela sua ex-banda. A morte de Lennon, meses depois, aumentou e muito o interesse pelo grupo, mas McCartney não se aproveitou disso, só lançando um novo disco em 1982.
O belíssimo e caprichado clip de Tug Of War veio um pouco antes do lançamento do álbum homônimo, adiantando que viria coisa boa por aí. O single seguinte, uma parceria de Paul com Stevie Wonder esfriou o ânimo da crítica, que achava que a canção era apelativa e sentimental. O público fez que não era com ele e transformou Ebony And Ivory em um dos maiores sucessos de 1982. Entre Tug Of War, que abre o disco, e a citada Ebony And Ivory que o fecha, estão algumas das melhores canções já produzidas pelo ex-beatle. As exceções são a esquisita Dress Me A Robber e a funkeada What's That You're Doing, a outra participação de Wonder, muito inferior ao smash hit. Sobram a sacudida Ballroom Dancing e a balada épica Wanderlust, uma das melhores canções de Billy Shears. Além de "Get It" com a participação de Carl Perkins.
O lado político de McCartney transparece, além da faixa-título, em The Pound Is Siking, sobre o aumento da miséria na Inglaterra. Seu lado mais pop aparece na deliciosa Take It Away. A crítica, com toda a má vontade com que costumava analisar o trabalho do ex-beatle, detonou o disco. O público nadou contra a maré e transformou Tug Of War em um sucesso mundial.
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