Hoje, quando um
grupo atual tem um disco lançado no Brasil, graças às facilidades da
Internet, já estamos cansados de conhecê-lo. Um exemplo é o grupo
holandês Travoltas. Tem até clipe rodando na tv, mas disco que é bom,
nem sinal. Mas, pensando bem, pra quê? Os discos da banda estão tão ao
alcance de nossos dedos... Mas em 1988 não era bem assim.
Graças à então recém lançada revista Bizz e à veterana Roll, ainda
podíamos acompanhar a trajetória de algumas bandas em tempo quase real. A
internet daquele tempo eram as publicações importadas, mas não havia
dinheiro nem fluência em inglês o suficiente para a maioria dos fãs.
.
Então, muitas vezes, comprávamos os discos muito mais pela capa, tendo a surpresa absoluta de encontrá-lo
na prateleira da loja exposto como a última novidade. Foi assim que eu
tomei conhecimento da existência de bandas como Love & Rockets e os
Modern Lovers de Jonathan Richman. E foi assim que eu adquiri um dos
melhores discos que já ouvi: o Life's Too Good, da banda islandesa Sugarcubes.
Quando
eu o trouxe da loja, não fazia a menor ideia de quem era Bjork, nem
muito menos que o grupo era da Islândia, ou sequer sabia que seu som era um
pop estranhíssimo que lambia a finada new wave enquanto passava a mão na bunda do
punk-rock, como que inaugurando uma nova sonoridade "pós-pós-punk".
Duas razões fortes para levar o disco sem ouvir, nesta ordem: O verdadeiro "selo de garantia" da gravadora Stiletto. Eu sempre comprava tudo que saia desta gravadora e muito poucas vezes eu me arrependi (lembro, na verdade, de apenas um único caso, um disco de uma banda chamada "Flesh For Lulu", que acabei recomprando anos depois e descobrindo, afinal, que nem era tão ruim assim). Em segundo lugar, a excelente arte da capa. O nome da banda em letras enormes (era ainda a época do vinil e o nome era realmente enorme) em contraste com o título do disco em letras mínimas e a relação das músicas na capa da frente. Isto não podia mesmo ser ruim. E não era mesmo.
Duas razões fortes para levar o disco sem ouvir, nesta ordem: O verdadeiro "selo de garantia" da gravadora Stiletto. Eu sempre comprava tudo que saia desta gravadora e muito poucas vezes eu me arrependi (lembro, na verdade, de apenas um único caso, um disco de uma banda chamada "Flesh For Lulu", que acabei recomprando anos depois e descobrindo, afinal, que nem era tão ruim assim). Em segundo lugar, a excelente arte da capa. O nome da banda em letras enormes (era ainda a época do vinil e o nome era realmente enorme) em contraste com o título do disco em letras mínimas e a relação das músicas na capa da frente. Isto não podia mesmo ser ruim. E não era mesmo.
Na manhã seguinte, o refrão pegajoso de Delicious Demon
não me saía da cabeça. Como que por mágica, ou não, a edição da Bizz
que eu compraria, dias depois, trazia uma reportagem sobre a banda. Aí eu
soube de onde eram os garotos, que, até então, eu pensava serem da
Inglaterra. Foi então que eu soube que o carro chefe do LP era a
esquisita Birthday. Me apaixonei de vez. Não se faz mais discos como este.
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